Matériamor

1999

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Foto: Wolfgang Pannek



Estréia | 8 de Dezembro de 1999 | Museu Da Imagem e Do Som | São Paulo | 75min

Somos os filhos da matéria. Na prima-matéria se escondem os segredos de nossa origem. Onde estamos no fim do século XX? Possíveis respostas: estamos dentro da nossa mesma pele pré-histórica; dentro de uma sociedade globalizada onde a deidade suprema é o mercado/dinheiro, em constante luta consigo mesma, carente de amor; dentro de um planeta agonizante, carente de amor; dentro de um cosmos que segue se expandindo finito-infinito, e indiferente aos dramas dos seres humanos e do planeta em que vivemos. Indiferente? Nosso corpo é constituído da evolução permanente da matéria, da mesma forma que o cosmos, desde seu aparecimento. Cada célula, átomo, substância do nosso corpo, é um pequeno pedaço do universo. Cada mecanismo de nossa matéria-corpo trabalha melhor se envolvido em atmosfera da matéria amor.

“MATÉRIA 4ª Forma – Amor”, por meio das linguagens do teatro, da dança, do vídeo e da música articula essas noções. Durante o processo de criação, a equipe buscou concretizar as imagens que se ocultam por trás das imagens que se mostram. Isto é, aventurou-se à própria raíz da energia-matéria-corpo imaginante. Essa forma aprofundada do imaginário aparece como mistério, de difícil acesso e quando vem à tona é impulso, é fugaz, energia inexaurível, irreversível, é processo (des)encantatório, que por sua vez educa uma imaginação aberta, renovada a cada instante que se expressa.

Com texto de Friedrich Nietzsche, o espetáculo tem como centro os conflitos da consciência contemporânea. Mostra o encontro de um misterioso ser híbrido, angelical e diabólico, trazendo idéias escatológicas depois de regressar de uma viagem interplanetária, com quatro entidades das sombras, os íncubossúcubos*. Esse encontro promove a transformação do híbrido em uma nova forma de existência: amorosa, alegre e livre do medo, inspirada no ‘super-homem’** nietzscheano onde a vontade afirmativa toma o lugar da vontade negativa.

Concepção, Direção, Coreografia, Trilha Sonora | Maura Baiocchi

Texto | Friedrich Nietzsche (fragmentos da obra filosófica poética “Assim Falou Zaratustra”)

Tradução | Wolfgang Pannek

Texto em Latin | Adaptação de ‘Stabat Mater’ pela Taanteatro Companhia

Videoarte | Wagner Hermuche

 Iluminação | Rodrigo Garcia

Técnicas Circenses | Isabela Graeff

Direção de Cena | Wolfgang Pannek

Figurino | Vladimir Castilho e Taanteatro Companhia

Cenografia | Taanteatro Companhia

Elenco |

Maura Baiocchi
 
Valter Felipe
 
Isa Gouvêa
 
Isabela Graeff
 
Ondina Castillo

* Demônios femininos e masculinos que segundo a lenda popular perturbam o sono das pessoas, copulando e causando-lhes pesadelos.

** Da obra “Assim Falou Zaratustra” de Friedrich Nietzsche,
considerado o mais importante filósofo-poeta do Século XIX. No ano 2000
a cultura ocidental comemorou os 100 Anos da sua morte.